Político que quer melhorar seu currículo tem que ter ambição, vontade política de alcançar um determinado objetivo sem se enveredar pelos ensinamentos maquiavélicos de que vale tudo para conquistar o poder.
Geraldo Alckmin (PSB), deputado federal constituinte, um dos fundadores do PSDB, salvo engano quatro vezes governador de São Paulo, hoje vice-presidente da República, nomeado ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio do governo Lula 3, ainda sonha com o cargo mais cobiçado da República. Lembrando que Alckmin já foi candidato em duas sucessões para o Palácio do Planalto.
Alckmin sabe que seu legítimo desejo de ser a maior autoridade do país depende do PT e mais especificamente do presidente Lula, do apoio do lulopetismo e do seu líder-mor. O que não deixa de ser um inominável pesadelo.
Alckmin vem fazendo de tudo para mostrar ao PT que é confiável. Quando o assunto é o estado de saúde do presidente Lula, o ex-tucano diz que não existe "nenhuma razão" para Lula se afastar das decisões de governo. "Lula está bem e trabalhando", responde Alckmin ao ser questionado sobre um eventual afastamento de Lula.
Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que o PT jamais apoiaria um presidenciável de outra legenda. O PT é PT e ponto final. Em 2026, se não for Lula buscando o quarto mandato, é um outro petista, mesmo para ser derrotado.
Quem mais sabe de que o PT é PT, que o resto que se dane, que vá chorar lá no pé do cabloco, é Ciro Gomes, que passou um bom tempo acreditando que teria o apoio da legenda na sua candidatura à Presidência da República. Deu no que deu : depois de várias apunhaladas pelas costas, sem dó e piedade, escolheram Dilma Rousseff, cujo segundo governo foi desastroso.
Com efeito, a possibilidade de uma repetição da majoritária para 2026, com Lula e Alckmin, pode estar caminhando para uma situação de improvável. A discussão já é feita na cúpula nacional do PT. O receio é Lula chegar em 2026 sem uma melhora significativa na sua saúde. O vice assumiria o comando do país.
Não à toa que nos bastidores do PT, longe dos holofotes e do povão de Deus, já se discute a hipótese de uma chapa puro-sangue, 100% petista. O nome mais forte para ser o vice de Lula (ou o candidato no pleito de 2026) é o de Fernando Haddad, ministro da Fazenda. A condição - conditio sine qua non - para que Haddad seja o presidenciável, encabeçando a majoritária, é uma significativa melhora na economia.
Geraldo Alckmin tem todo direito de sonhar em ser o candidato a presidente com o apoio do PT. Só não pode ser ingênuo a ponto de achar que esse apoio pode acontecer.
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