Sobre a nota pública do PT de Itabuna, acusando o vereador licenciado Manoel Porfírio de prometer "apoio político" ao segundo mandato do prefeito Augusto Castro (PSD), contrariando a decisão do partido, que é de oposição ao governo de plantão, acho que há uma precipitação. Diria até que ingênua.
Não há nada decidido pela federação PT/PCdoB/PV sobre o processo sucessório, se o trio partidário vai ter ou não candidatura própria no pleito de 2024. Para os correligionários do edil, a federação Brasil da Esperança está acima dos diretórios municipais.
Porfírio, integrante do PT 2, também rotulado de PT augustiniano, quer o partido apoiando o segundo mandato de Augusto. O PT 1, ligado a Geraldo Simões, não pode espernear enquanto não houver uma posição oficial da federação.
Manoel Porfírio tem todo o direito de procurar o caminho político que lhe é mais conveniente. Até mesmo sonhar em ser o vice de Augusto Castro, como se comenta nos bastidores, longe dos holofotes e do povão de Deus.
Uma vez aprovada a resolução de que a federação deve ter candidato a prefeito de Itabuna, se espera, sob o ponto de vista não só político como moral, que o PT, PCdoB e PV saiam do governo e agradeçam ao alcaide, penhoradamente, o acolhimento.
O bom conselho é que o PT 1 deixe Porfírio em paz e se preocupe com a campanha de Geraldo Simões, que vem trabalhando dia a dia na missão de reconquistar o apoio de importantes militantes, procurando um por um, no chamado "trabalho de formiguinha".
O PT 1 está cometendo o mesmo erro de Manoel Porfírio, que de tanto falar em Geraldo terminou oxigenando sua pré-candidatura. Agora é o PT geraldista que não esquece o presidente da Fundação Marimbeta. É perda de tempo ficar nesse pega-pega com Porfírio.
Pelo andar da carruagem, o imbróglio na federação, com petistas, comunistas e verdes longe de um entendimento, será resolvido de cima para baixo, na base do manda quem pode, obedece quem tem juízo.
O que os geraldistas têm que fazer é desdenhar o líder-mor do PT 2 e focar na campanha do ex-alcaide, que precisa melhorar nas enquetes.
Já disse, por mais de duas ou três vezes, que as pesquisas terão um peso significativo para a definição do rumo da federação na sucessão do cobiçado comando do centro administrativo Firmino Alves. Geraldo precisa melhorar nas intenções de voto. Augusto diminuir sua preocupante rejeição.
A nota do Partido dos Trabalhadores deveria citar o nome do deputado federal Josias Gomes, considerado figura de destaque na articulação para que a sigla apoie a permanência de Augusto na prefeitura por mais quatro anos.
A corda sempre arrebenta para o lado do mais fraco. Porfírio é vereador. Josias deputado federal. A Casa Legislativa de Porfírio é a Câmara Municipal. A de Josias, o Congresso Nacional.
PS (1) - Josias Gomes marcou presença no encontro entre as lideranças do PT 2, PCdoB, PV, PSB e PSD. Só faltou o deputado estadual Rosemberg Pinto, que é também um entusiasmado defensor da reeleição de Augusto Castro. Se depender desses dois "companheiros", o prefeiturável Geraldo Simões não terá sua foto na urna eletrônica.
PS (2) - Devo logo dizer que comungo com a opinião de que a federação terá candidatura própria, obviamente com o ex-gestor Geraldo Simões. Não tendo, a disputa para indicar o vice de Augusto será entre Josias Gomes e Rosemberg Pinto, com ambos dizendo que foi o protagonista na articulação para o PT apoiar o segundo mandato do chefe do Executivo municipal. PCdoB e PV vão ter que se contentar com o papel de coadjuvantes.
PS (3) - Esse pega-pega na base aliada do governador Jerônimo Rodrigues deve ser aproveitado pela chamada direita, reforçando a opinião de que o diálogo entre os prefeituráveis é imprescindível. A falta de entendimento é o maior "cabo eleitoral" não só da reeleição de Augusto como de um terceiro mandato de Geraldo. A desunião na direita faz com que a disputa pela Prefeitura de Itabuna caminhe para uma polarização entre o atual gestor e o ex.
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