O ex-presidente estadual do PT, Everaldo Anunciação, foi escolhido pela cúpula nacional do Partido dos Trabalhadores, sob o comando da deputada federal Gleisi Hoffamann, para acompanhar o processo eleitoral na Bahia.
O ex-vereador de Itabuna, com uma destacada atuação parlamentar, incansável na luta contra a privatização da Empresa Municipal de Água e Saneamento (EMASA), precisa exercer sua função sendo mais presente. Fica parecendo que Everaldo está "terceirizando" a espinhosa missão.
Quando o assunto é a sucessão de Augusto Castro, prefeito de Itabuna e postulante a um segundo mandato pelo PSD, Everaldo deixa a impressão de que foge do imbróglio entre o PT 1 e PT 2 como o diabo da cruz.
Quem deveria estar na linha de frente do embate, tentando resolver o pega-pega, era Everaldo, tido como um bom articulador político e defensor ferrenho de que tudo pode ser resolvido com o diálogo, na base da conversa.
A nobre função de Everaldo está sendo exercida pelo deputado estadual Rosemberg Pinto, aliado do vereador Manoel Porfírio no PT 2, também chamado de PT augustiniano, já que defende o apoio da legenda à reeleição do alcaide.
Caberá a Rosemberg, como recompensa pelo esforço que vem fazendo para defenestrar à pré-candidatura do "companheiro" Geraldo Simões, a indicação do vice de Augusto Castro.
Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que o parlamentar é o líder do governador Jerônimo Rodrigues na Assembleia Legislativa e não da federação PT/PCdoB/PV. Quem tem autoridade para se reunir com os petistas, comunistas e verdes, na busca de um consenso, de um entendimento, é Everaldo Anunciação.
E aí cabe a pertinente, tempestiva e oportuna pergunta : Estaria Rosemberg, que um dia sonhou em se candidatar a prefeito de Itabuna, usurpando a missão de Everaldo ?
Na vizinha e irmã cidade de Ilhéus acontece a mesma coisa. Rosemberg é quem vem dando às cartas do jogo. Lá, no entanto, na nossa princesinha do sul da Bahia, o prefeito Mário Alexandre, mais conhecido como Marão, é rebelde. Quem manda no baralho da sucessão é o próprio gestor.
Não se sabe a opinião de Everaldo sobre essa "usurpação", esse obsessivo desejo de Rosemberg de ser protagonista, se o ex-ceplaqueano está incomodado ou aceitando, como uma espécie de alívio, o papel de coadjuvante.
A diferença na atuação de Rosemberg e Everaldo é de fácil percepção. O parlamentar, de olho no pleito de 2026, quer ter mais influência política nos dois municípios. Se tudo ocorrer de acordo com o que vem planejando, sua candidatura à Câmara dos Deputados é dada com favas contadas. Já Everaldo busca o entendimento pensando exclusivamente no PT.
Nos bastidores, longe dos holofotes e do povão de Deus, já se comenta que há um começo de insatisfação na executiva estadual do PT com o comportamento de Rosemberg Pinto.
No mais, dizer o que todo mundo já sabe : que ainda tem muita água para passar por debaixo da ponte da sucessão, provocando mudanças significativas em relação ao cenário de hoje.
Como sempre digo, mais água suja do que limpa, o que não é nenhuma novidade no movediço, traiçoeiro e perverso mundo da política.
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