Ainda é cedo para avaliações mais criteriosas do governo Valderico Júnior. Todavia, as repercussões das ações de impacto visual são positivas, considerando a opinião do cidadão comum, aquele que, de fato, vive a cidade e experimenta seus sabores e dessabores. No entanto, muitos serviços públicos de responsabilidade do município continuam precários e, com isso, podem impedir que a paixão pelo "prefeito influencer" se transforme em amor. Alguém precisa avisar a Júnior que paixão é ventania passageira, ao contrário do amor, que é brisa constante!
Por outro lado, o “prefeito influencer” não tem se mostrado tão bobo como seus adversários supunham. Ciente do ano difícil que terá, Valderico tem mantido o modo “agitador de torcida”. Sabe que, sem manter sua base atiçada, rapidamente o pragmatismo do povo verá as fragilidades de sua gestão, particularmente no atendimento ao que de fato interessa: saúde, educação e dinheiro no bolso. E veja, caro leitor(a), não me tome por ressentido, mas atiçar a reflexão é meu papel.
Enquanto isso, há uma fração da sociedade ilheense que já comemora abertamente. Falo dos filhos e netos do cacau que estão reescrevendo suas biografias de fracassos financeiros e profissionais, inchando a máquina pública ao serem indicados para ocupar cargos de confiança na gestão Valderico. Parece que os filhos do cacau querem reescrever sua história trágica: pais ricos, filhos nobres e netos pobres. Nunca vi tantos sobrenomes pomposos ocupando cargos na administração pública. Nome tem demais, agora competência...
No plano da articulação política, tudo vai mais ou menos. Após rifar o capitão Resende, o PL, enfim, se acomodou no governo. Acho que não foi difícil, já que os quadros dessa sigla partidária costumam ter uma essência parasitária. Assim, fica fácil entender a nomeação de Thiago Martins à presidência da Universidade Livre do Mar e Mata (MARAMATA). Bolsonarista raiz e, com efeito, ideologicamente anticiência, Martins é o exemplo vivo de que na política tudo é possível, inclusive misturar água e óleo. E assim segue o prefeito influencer.
No outro lado da sombra, Jabes e seus asseclas estão tendo orgasmos múltiplos. Sem aparecer, a velha raposa pauta as diretrizes principais do governo Valderico. Se Ilhéus fosse um país, diria seguramente que seria uma República Parlamentar, onde o presidente (prefeito) representa, mas não governa. Veja, não sou eu quem estou dizendo, mas já corre a boca solta que as secretarias mais midiáticas são dirigidas por jabistas, a exemplo de Cacá, aquele dos Colchões. Já rola nos bastidores um sentimento de desacordo com a suposta covardia de Júnior.
Enquanto isso, Adélia, a quem carinhosamente chamo de “mulher maravilha do PT”, tenta manter vivo o capital político que acumulou no processo eleitoral. No entanto, contrariando o que dizem dela, ou seja, que é uma estrangeira sem lugar de fala, o que lhe falta não é lugar de fala, mas mais lugares onde falar. O PT de Ilhéus continua sendo um partido monopolizado e com dificuldades de capilaridade social seríssimas. Isso deixa Valderico, por enquanto, tranquilo, já que continua surfando nos erros da oposição. Bem, termino desejando que Exu nos proteja dessa gente boa e Oxalá sopre sobre nós os ventos da paz.
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