O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), fez rasgados elogios as urnas eletrônicas, deixando setores do bolsonarismo tiriricas da vida.
"A gente tem que fazer o agradecimento à Justiça Eleitoral por todo esse trabalho, por esse empenho como garantidora da democracia brasileira", declarou o chefe do Palácio dos Bandeirantes.
Achando pouco os elogios, Tarcísio continuou: "O Brasil vem se tornando referência em termos de velocidade, de apuração, de tecnologia". Tarcísio queria mais, se mostrando um entusiasmado defensor do sistema de votação. Finalizou dizendo que "muitos países têm que olhar para o Brasil e ver o que está sendo feito aqui, o Brasil se tornou de fato uma grande referência".
Tarcísio, nesse ponto, passou a ser um importante aliado de Lula (PT), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSB) e todas as lideranças da esquerda brasileira. Se houver a necessidade de fazer um ato público em defesa das urnas eletrônicas, Tarcísio vai ser o primeiro a discursar.
Lembrando ao caro e atento leitor que um dos motivos que levou a inelegibilidade de Bolsonaro por 30 anos, decretada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi a campanha do então ex-presidente contra as urnas eletrônicas.
Quando digo que o principal representante-mor da direita brasileira, obviamente Jair Messias Bolsonaro (PL), não confia em Tarcísio, os bolsonaristas ficam dizendo que estou criando intriga, querendo desestabilizar a direita, como se eu, por meio da modesta Coluna Wense, tivesse essa força. Não tenho nem para eleger um vereador.
Toda vez que Tarcísio de Freitas mostra que não é marionete ou boneco de engonço do bolsonarismo e, muito menos, de Bolsonaro, as chances de um dos filhos ser o escolhido para disputar o pleito presidencial de 2026 aumentam. Tem também a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Politicamente falando, se é que Tarcísio quer mesmo ser o "herdeiro" do espólio eleitoral de Bolsonaro, as declarações do gestor paulista foram interpretadas como um tiro no próprio pé.
O governador Tarcísio de Freitas virou um "bolsonarista rebelde", o que não é aceito pelo bolsonarismo, que quer um aliado obediente, rezando na mesma cartilha do chefe.
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