Quando uma pessoa está interessada em um assunto, a sabedoria popular diz que ela "acompanha de camarote". É o caso de ACM Neto em relação a majoritária puro-sangue petista idealizada pelo senador Jaques Wagner.
ACM Neto, vice-presidente nacional do União Brasil, acompanha o bafafá da chapa 100% PT com os olhos arregalados como os da coruja. Uma cisão na base aliada governista é o que o ex-prefeito de Salvador mais deseja.
O senador Angelo Coronel (PSD), que tem, assim como Wagner, o forte argumento da candidatura natural (reeleição), fez seu mais duro protesto contra a majoritária puro-sangue, comparando o PT ao nazismo. "Antigamente, os alemães, os nazistas, Hitler queria uma raça pura", declarou o Coronel.
Como não bastasse comparar o lulopetismo da Bahia ao nazismo, Angelo Coronel apontou sua metralhadora giratória para o governo do Estado, dizendo que a gestão Jerônimo Rodrigues não é "essa coca-cola" para impor uma composição com três petistas, obviamente se referindo ao chefe do Palácio de Ondina, ao senador Jaques Wagner, ambos buscando à reeleição, e o ministro Rui Costa, postulante a uma vaga no Senado da República.
Tá ficando preocupante o pega-pega em torno da composição puro-sangue, mais especificamente para o governador Jerônimo Rodrigues, que busca legitimamente o segundo mandato. Com efeito, a soberba do PT vai terminar empurrando o PSD para o colo do presidenciável Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo.
Lembrando novamente ao caro e atento leitor, que Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, tem acompanhado com bastante atenção a defenestração do senador Angelo Coronel. Kassab, político de inteira confiança de Tarcísio, tem dito nos bastidores que só está esperando o momento certo para questionar o comando estadual da legenda, sob a batuta do também senador Otto Alencar, que optou pelo silêncio diante do imbróglio em torno da majoritária 100% petista.
O senador Angelo Coronel esqueceu de dizer que o governo Lula 3 e o próprio presidente não estão com essa "coca-cola" toda. O governo sendo desaprovado e as intenções de voto em Lula em queda no eleitorado da Bahia, o estado da federação que sempre deu uma gigantesca votação ao petista-mor.
Essa insistência do PT da Boa Terra com a chapa puro-sangue passa a impressão que a sigla não está preocupada com o quarto mandato da sua maior liderança política, responsável direto pelas eleições de Jaques Wagner, Rui Costa e Jerônimo Rodrigues para o governo da Bahia.
Se não houver um entendimento entre o PT e PSD da Bahia em torno do pleito de 2026, a executiva nacional do Partido dos Trabalhadores, com o aval do presidente Lula, vai interferir para resolver o problema.
Finalizo dizendo que o Coronel é "osso" duro de roer. Não vai ser nada fácil para os "dentes" afiados do PT.
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