Ficou muito preocupante a situação da ala do Partido dos Trabalhadores que defende candidatura própria na sucessão de Itabuna. Diria até que é remotíssima qualquer mudança de rumo.
O rolo compressor do prefeito Augusto Castro (PSD-reeleição) foi muito bem executado. A máquina pública se transformou no maior "cabo eleitoral" do PT augustiniano, apelidado de PT 2.
Assim que saiu o resultado, em uma disputa acirrada, com uma diferença de apenas 4 votos, veio logo à tona o chamado "voto rebelde" da militância petista ligada ao ex-alcaide Geraldo Simões.
O "voto rebelde" tem até geraldista dizendo que vota em Chico França, pré-candidato do PL, abrigo partidário do ex-presidente Bolsonaro, caso ele polarize com o chefe do Executivo.
O PT 1, que defende o lançamento de candidatura própria pela federação PT/PCdoB/PV, vai encarar no processo sucessório o "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come". Qualquer polarização tem o prefeito Augusto com um candidato que terá o apoio de ACM Neto, vice-presidente nacional do União Brasil.
O deputado estadual Fabrício Pancadinha (Solidariedade), o médico Isaac Nery (PDT) e o capitão Azevedo (União Brasil), qualquer um deles polarizando com Augusto, terá o apoio do ex-gestor de Salvador.
Rosemberg Pinto (PT), líder do governador Jerônimo Rodrigues no Parlamento estadual, protagonista-mor da implacável perseguição ao "companheiro" Geraldo Simões, erra quando diz que "o PT está fechado com Augusto Castro, vai caminhar com ele".
Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que o PT está rachado. O PT 1, o geraldista, não vai votar na reeleição do alcaide. O "voto rebelde" tem três viés : 1) votar em quem tem mais possibilidade de derrotar Augusto Castro. 2) voto branco. 3) anular o voto. O viés 1 é o que tem mais adeptos.
Quanto as pesquisas de intenções de voto, as próximas consultas vão mostrar o crescimento de Isaac Nery. O prefeiturável do PDT é o único que pode quebrar a polarização Augusto versus Pancadinha.
No mais, esperar as convenções partidárias. É a partir delas que o cenário da sucessão fica mais transparente.
PS - Outro assunto que começa a chamar atenção diz respeito a majoritária da reeleição, obviamente encabeçada por Augusto Castro. Salta aos olhos que o vice será do PT e indicado pelo deputado Rosemberg Pinto. Uma espécie de contrapartida pelo seu esforço na defesa do segundo mandato.
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