Essa tal de "autonomia", que os partidos e seus dirigentes dizem possuir, não passa de conversa fiada ou, se o caro leitor preferir, de lengalenga.
A agremiação partidária que mais se exalta em possuir liberdade para decidir sobre o posicionamento político diante do processo eleitoral é, sem nenhuma dúvida, o PT.
Não se pode ir de encontro à opinião de que o Partido dos Trabalhadores, que tem como símbolo uma estrela, obviamente de cor vermelha, é a legenda brasileira que mais exerce a democracia interna.
As correntes dentro do petismo são respeitadas, têm seu peso político. Cada qual com seu viés ideológico, com sua visão sobre um determinado assunto.
Mas na hora do vamos ver, da onça beber água, como diz a sabedoria popular, a tal da "autonomia", que só falta ser decantada em prosa e verso, desaparece. O que vem à tona é o manda quem pode, obedece quem tem juízo.
Vale lembrar que o comando nacional do PT, sob a batuta da deputada federal Gleisi Hoffamann, baixou uma resolução que tem o poder de decidir sobre o lançamento ou não de candidaturas próprias.
Outro ponto é que Hoffamann, dirigente-mor do lulopetismo, não toma nenhuma decisão importante sem consultar o presidente Lula. A parlamentar tem a inteira confiança do morador mais ilustre do Palácio do Alvorada.
A onça, a qual me refiro para exemplificar que a tal da "autonomia" é lorota, costuma dar o ar da graça faltando dois meses para as convenções partidárias.
Em relação ao processo sucessório de Itabuna, o pega-pega entre o PT 1, que defende que a federação Brasil da Esperança, formada pelo PT/PCdoB/ PV, tenha seu representante no pleito de 2024, e o PT 2, que quer o apoio da legenda à reeleição do prefeito Augusto Castro (PSD), também rotulado de augustiniano, será resolvido de cima para baixo.
Esse "manda quem pode, obedece quem tem juízo", tem o seguinte recado : quem estiver incomodado que procure outro abrigo partidário.
Portanto, essa tal da "autonomia", que costuma aparecer em período eleitoral, é puro engodo, é conversa pra boi dormir. E vaca também, seja ela leiteira ou não.
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