Não tem como fugir do assunto federação, mais especificamente a composta pelo PT, PCdoB e PV, denominada de Brasil da Esperança.
O enigmático trio partidário vive a agonia do dia a dia. Ninguém sabe o que vai acontecer lá na frente, principalmente em relação a sucessão de Salvador e de Itabuna, respectivamente com Bruno Reis (União Brasil) e Augusto Castro (PSD) buscando o segundo mandato consecutivo (reeleição).
A declaração do petista Luiz Caetano, secretário estadual de Relações Institucionais, só fez aumentar o oba-oba em torno da federação, oxigenando ainda mais o enigma.
Vejamos, ipsis litteris, o que diz Caetano, um dos encarregados da articulação política do jeronismo, sobre os municípios onde o pega-pega entre petistas, comunistas e verdes vai ficando cada vez mais intenso e longe de uma solução.
"O governador não vai fazer intervenção nos lugares onde não puder haver uma decisão por uma única candidatura. O conselho político também não fará", disse o secretário.
Portanto, a dedução mais lógica, com o governador Jerônimo Rodrigues se afastando do imbróglio como o diabo da cruz, é que tudo será resolvido, como venho reiteradamente dizendo, de cima para baixo, envolvendo o comando nacional dos partidos da federação.
Lá por cima a briga é de "cachorro" grande, cada um querendo "latir" mais alto que o outro. Se não houver um consenso, o imbróglio pode chegar na mesa do presidente Lula.
Outro ponto diz respeito ao processo sucessório soteropolitano, ao cobiçado comando do Palácio Thomé de Souza. Não me refiro a disputa interna entre Robinson Almeida (PT) e Olívia Santana (PCdoB). Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que Olívia não será a candidata da federação.
O problema é outro e muito mais preocupante. Falo de como irá se comportar o MDB dos irmãos Vieira Lima, Lúcio e Geddel, se o vice-governador emedebista Geraldo Júnior for defenestrado, sem dó e piedade, da sucessão de Salvador.
O PT vai precisar do MDB em outros municípios. Salta aos olhos que a legenda, caso seja escanteada na sucessão da capital, não vai ficar satisfeita. Outro detalhe é que o senador Jaques Wagner, que vinha sendo o principal aliado de Geraldo Júnior dentro do PT, já dar sinais de recuo.
O presidente do PT na Bahia, Éden Valadares, passa a ser o maior entrave para a ousadia do MDB em ter Geraldo Júnior como o candidato do governador Jerônimo Rodrigues. A última declaração de Valadares é mortal para o emedebismo : "Reafirmamos os nomes de Robinson e Olívia como nomes da federação, são nomes para liderar e representar o grupo de Lula e Jerônimo".
Concluo dizendo que o assunto federação será pauta obrigatória no jornalismo político. Ninguém vai ousar em deixá-lo de lado.
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